Neste ano, foram registrados 3.543 chamados para combater chamas em áreas florestais. A maioria dos casos é provocada por ação humana, por vezes, criminosa. Somente em junho, o fogo consumiu 983,82 hectares de cerrado
Sem chuva há 76 dias, o Distrito Federal registra um aumento no número de ocorrências de incêndios. Nos seis primeiros meses deste ano, o Corpo de Bombeiros do DF (CBMDF) atendeu a 3.543 chamados para combate a chamas na vegetação. No mesmo período de 2021, foram 2.776. Um crescimento de 27%. O período de seca, iniciado com a chegada do inverno em junho, é propício para o alastramento do fogo e requer cuidados da população.
Diretor de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais do Instituto Brasília Ambiental (Ibram), Pedro Cardoso explica que a maioria dos casos em que o fogo sai de controle acontece devido à queima de lixo, de resto de poda, de terreno e de área para plantio. “Nesta época do ano, todos os incêndios florestais são causados pelo homem. Muitas vezes por imperícia ou imprudência ou porque a pessoa ateou fogo por querer, que são os criminosos”, destaca.
Em junho deste ano, os bombeiros foram acionados 621 vezes para combater incêndios no DF. No mesmo mês de 2021, o número foi maior com 1.006 chamados. No entanto, em um comparativo com a área queimada, em 2022, o fogo consumiu 983,82 hectares, enquanto que, no ano anterior, as chamas atingiram 859 hectares.
Pedro ressalta que a população não deve fazer uso do fogo, principalmente de junho a agosto, devido ao risco de causar um grande incêndio e, caso aviste foco de chamas, é preciso chamar o socorro. “A principal atitude é ligar para o 193 imediatamente e acionar o Corpo de Bombeiro, porque, a partir deles, se for dentro de uma unidade de conservação, a gente toma conhecimento também”, alerta o diretor do Ibram.
Nesta semana, os bombeiros atenderam a duas ocorrências de queimada em áreas de vegetação. Chamas de médias proporções atingiram o parque Burle Marx, no Noroeste, na segunda-feira (18/7) — sendo controlado no mesmo dia. Ainda na segunda, a corporação combateu um grande incêndio em uma mata próxima à Torre Digital, no Colorado, que havia começado no domingo (17/7).
Prevenção e combate
Pedro Cardoso avalia que a melhor forma de evitar essas ocorrências é a prevenção, por meio de educação ambiental e blitz focada nos incêndios florestais. Em seguida, a contratação de brigada e a manutenção das ferramentas para a instrução dos profissionais. “Neste período, a gente tem que estar com tudo afiado, com os equipamentos em dia, a proteção individual, as ferramentas, as viaturas e as brigadas”, enumera Pedro.
Com informações: Correio Braziliense
Foto: Capa – crédito: Corpo de Bombeiros do DF