No último sábado (23/7), servidores da Receita Federal que atuam no Aeroporto Internacional de Brasília interceptaram o transporte irregular de 300 pássaros da espécie canário-da-terra.
A descoberta ocorreu quando os agentes aduaneiros faziam a inspeção, por meio de equipamentos de Raio-X, nas bagagens de um voo de Boa Vista (RR), momento em que identificaram os animais, os quais estavam acondicionados em diversas gaiolas distribuídas em três malas de viagem.
A Polícia Federal (PF) foi acionada, o passageiro foi preso e conduzido à 1ª Delegacia da Polícia Civil (Asa Sul), que está investigando os fatos. A pena para o tráfico de animais silvestres é de detenção de seis meses a um ano, e multa.
Segundo o passageiro, os pássaros seriam vendidos a intermediadores, ao preço de R$ 15 a unidade. No mercado varejista informal estas aves são vendidas por valores que variam de R$ 150 a R$ 800.
Os pássaros foram encaminhados ao Ibama, que efetuará os procedimentos para devolvê-los à natureza.
Canário-da-terra
O canário-da-terra é uma espécie conhecida, principalmente, pelo canto forte e pela beleza das penas. O macho tem a cor amarelo vivo e exibe uma mancha alaranjada na frente da cabeça. Já a fêmea não carrega na plumagem um tom tão vívido.
A cor da plumagem da ave é tão marcante que deu à Seleção Brasileira de Futebol o apelido de “seleção canarinho”, segundo estudiosos. Geralmente, o pássaro tem 13,5 centímetros de comprimento e pesa cerca de 20 gramas.
O canário-da-terra vive em bandos que podem abrigar até mais de 30 indivíduos. O repertório vocal do macho inclui um canto territorial extenso, que é executado apenas durante a madrugada.
Por não ser uma ave arisca e por possuir um canto muito admirado, o canário costuma ser alvo do tráfico de animais silvestres. Não à toa, a ave já foi considerada uma espécie ameaçada de extinção em alguns estados