O mês do Dia Internacional da Mulher, que é celebrado na próxima quarta-feira (8/3), começou com um triste marco no Distrito Federal: duas mulheres foram mortas, uma em Taguatinga e outra no Riacho Fundo 2. Além disso, nesta quinta-feira (2/3), houve uma tentativa de feminicídio, pois um homem tentou atropelar a ex-mulher – que tinha uma medida protetiva contra o agressor. O caso ocorreu no Riacho Fundo. Em menos de três meses, já foram registrados oito feminicídios; o número ultrapassa os anos de 2020, 2021 e 2022.
Na madrugada desta quinta, o corpo de uma mulher foi encontrado com sinais de violência em Taguatinga Norte, pela Polícia Militar. A vítima foi identificada como Letícia Barbosa Mariano. O suspeito da morte da jovem de 25 anos era o namorado dela, Guilherme Nascimento Pereira. Ele já tinha feito ameaças e Letícia tinha medida protetiva contra o rapaz. Segundo as investigações, a vítima foi espancada até a morte. O suspeito fugiu após o crime.
No Riacho Fundo 2, uma jovem de 18 anos, identificada como Rayane Ferreira de Jesus Lima, foi assassinada pelo companheiro dentro de casa. O autor do crime foi identificado como Jobervan Júnio Lopes Lima, que chegou a fugir com o filho do casal. Depois, a Polícia Civil encontrou a criança na casa do avô paterno, em Ceilândia. O homem foi preso e levado para 23ª Delegacia de Polícia. Ele já tinha passagens pela polícia, incluindo uma medida protetiva de outra ex-companheira.
No Riacho Fundo, Dioney de Andrade Miguel Cruz tentou atropelar a ex-mulher Valeriana Soares de Araújo. A vítima foi atendida pelo Corpo de Bombeiros Militar do DF e apresentava quadro estável, mas com dor na perna e mal-estar. O agressor foi preso e encaminhado à 29ª Delegacia de Polícia.
Relembre outros casos deste ano
No primeiro dia de 2023, Fernanda Letícia da Silva foi estrangulada pelo companheiro, em Ceilândia. Ela já havia prestado queixa de violência física contra o agressor em março do ano passado. O crime ocorreu na festa de virada do ano e o autor foi identificado como Maxwel Lucas Rômulo Pereira de Oliveira. Ele foi preso no dia seguinte.
No dia 2 de janeiro, Mirian Nunes foi asfixiada com cinto até a morte pelo companheiro, também em Ceilândia. A jovem de 27 anos deixou um bebê de apenas 1 mês e outros dois filhos. Em novembro do ano passado, a vítima chegou a denunciar à Polícia Civil as agressões físicas e que estava sendo ameaçada de morte. O agressor André Luiz Muniz dos Santos ainda está foragido.
Em 17 de janeiro, um homem matou a ex-companheira e depois se suicidou no Park Way. Jeane Sena da Cunha Santos, de 42 anos, recebia constantes ameaças de morte antes do crime. A vítima também chegou a solicitar medidas protetivas e registrar boletim de ocorrência contra João Inácio dos Santos.
A quarta vítima de feminicídio no DF foi Giovana Camilly Evaristo Carvalho, que foi assassinada pelo marido com dois disparos de arma de fogo no dia 19 de janeiro. O crime aconteceu em Ceilândia e o autor, Wellington Rodrigues Ferreira, foi preso em flagrante pela Polícia Militar. Ele se tornou réu na esfera judicial.
No dia 4 de fevereiro, a vendedora Izabel Guimarães foi baleada na frente da filha de 10 anos pelo ex-companheiro, em Ceilândia. O agressor tem registro de caçador, atirador e colecionador (CAC) e foi preso depois de se apresentar à delegacia na companhia de um advogado.
A sexta vítima foi Simone Sampaio, que foi esfaqueada pelo ex-companheiro no Gama, em 13 de fevereiro. A vítima fugia do agressor, que foi preso em flagrante pela Polícia Militar do Distrito Federal. Simone deixou três filhos.
35 agressões por minuto em 2022
Segundo levantamento feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e pelo Instituto Datafolha, 18,6 milhões de mulheres relataram ter sido vítimas de algum tipo de violência em 2022, o que significa que 35 mulheres foram agredidas física ou verbalmente por minuto no Brasil – esse é o maior percentual da série histórica a nível nacional, segundo informações do g1.