Há alguns dias, uma massa de ar seco paira sobre o Distrito Federal. O fenômeno resulta em temperaturas amenas no início da manhã e no fim do dia e mais altas no período da tarde. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a capital federal entra agora no período de estiagem.
“A umidade relativa do ar pode ficar abaixo de 30% no período da tarde. Estamos na estação de transição indo cada vez mais para o clima seco até chegar setembro, quando se intensifica mais”, revela o meteorologista Cléber Souza.
Essa combinação de clima seco e tempo frio potencializa as doenças respiratórias. Isso porque as vias aéreas costumam ficar ressecadas, tirando a proteção natural da mucosa nasal e facilitando a entrada dos vírus. “A perda dessa proteção natural causa a proliferação de germes virais e bacterianos”, afirma a referência técnica distrital colaboradora de pneumologia da Secretaria de Saúde (SES), Andrea Rodrigues.
Os sintomas mais comuns neste período do ano são coriza nasal, espirros e secreção amarelada ou esverdeada, características de doenças como resfriado, rinite alérgica e sinusite bacteriana, respectivamente. “Ademais tem as laringites, faringites, traqueítes e, em última instância, a inflamação da via aérea inferior que é a bronquite viral e alérgica, com tosse, falta de ar e chiado no peito”, informa.
Como se cuidar
A hidratação é a melhor forma de prevenção das enfermidades respiratórias. “Tanto a hidratação oral, ingerindo bastante líquido, quanto hidratar a via aérea nasal com muito soro. Faz muita diferença, porque hidrata e umidifica as vias aéreas, tentando reestruturar a barreira natural”, explica a referência técnica distrital. Além disso, Andrea Rodrigues destaca alguns aprendizados da pandemia da covid-19, como a higienização das mãos e até o uso de proteção de via aérea superior em ambientes mais aglomerados.
A vacinação também é uma forma de evitar a disseminação das doenças. Nesta segunda-feira (15), a imunização contra a gripe foi ampliada para qualquer pessoa acima de seis meses. No DF são mais de 100 unidades básicas de saúde (UBSs) preparadas para atender a população com a vacina da influenza. Confira os pontos de vacinação.
“Além da influenza, que é a principal, temos a vacina antipneumocócica, que previne a pneumonia. Quando o paciente está com a imunidade mais baixa e com uma infecção viral, ela pode progredir para uma pneumonia e uma medida para evitar é a imunização”, classifica Andrea.
A vacina contra a pneumonia é recomendada para idosos e pessoas com asma grave, doenças crônicas pulmonares, com infecções respiratórias de repetição, imunocomprometidas e com doenças hematológicas graves. O imunizante está disponível em UBSs e no Hospital Regional da Asa Norte (Hran).
A orientação para pacientes com sintomas gripais e de doenças respiratórias é procurar a primeira instância de saúde, ou seja, a unidade básica de saúde da região. As UBSs atendem casos de resfriado comum, febre e coriza. Situações mais graves são encaminhadas pela própria unidade básica para as atenções secundária ou terciária para especialistas como otorrinos, pneumologistas e infectologistas.