Distrito Federal registra uma média de 150 golpes financeiros por dia

Golpe do cartão de crédito, do WhatsApp, do investimento ou do motoboy. Grupos criminosos de vários estados e do Distrito Federal encontraram novas formas de aplicar fraudes. Por trás de uma tela, eles escolhem a vítima considerada perfeita, estudam o perfil, sabem quem são as pessoas próximas e partem para o ataque. Dados obtidos pela reportagem por meio da Polícia Civil (PCDF) revelam que, entre janeiro e 12 de maio, foram efetuados 20.170 ocorrências por estelionato (nas delegacias circunscricionais e via internet), o equivalente a uma média de 152 ocorrências por dia.

No final de maio, a Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor, a Propriedade Imaterial e a Fraudes (Corf) também desarticulou um grupo especializado no “golpe do nude”. Em agosto de 2022, um golpista criou um perfil falso em um site de relacionamento e coagiu um morador do DF a transferir R$ 4 mil, mediante a ameaça de revelar, a esposa e familiares, conversas íntimas. Como consequência da investigação, a polícia identificou outros dois suspeitos ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC).

Ostentação
Um dos casos de repercussão no DF foi em relação a um grupo de estelionatários que faturou cerca de R$ 3 bilhões com o esquema ilícito. Do Rio de Janeiro, os criminosos escolhiam as vítimas de forma estratégica, com preferência em idosos e, em posse dos dados pessoais e financeiros delas — obtidos por meio de centrais telefônicas clandestinas instaladas em empresas de fachada —, se passavam por funcionários da área de segurança de uma instituição financeira.

Eles usavam o número 0800 e ligavam para as vítimas dizendo que as contas bancárias delas estavam sob a suspeita de fraude e, por isso, era necessário o encaminhamento dos documentos pessoais e de uma fotografia selfie para que fosse aberta uma nova conta, para onde o dinheiro deveria ser transferido. Acreditando nos autores, as pessoas encaminhavam os documentos solicitados.

As apurações começaram em julho de 2022, quando um homem, de 72 anos, perdeu quase R$ 180 mil ao ser vítima do golpe. Em 4 de abril, a 38ª Delegacia de Polícia (Vicente Pires) cumpriu quatro mandados de prisão no Rio de Janeiro e na Bahia. Foram presos Breno Nunes Maselli, 21; Thays Vilela Coutrim, 25; Felipe Barros de Carvalho, 28; e Luana Boaventura dos Santos, 29. Os presos levavam uma vida de luxo. Nas redes sociais, postavam fotos em lugares paradisíacos, como Miami e Londres, em carros de altíssimo valor e festas badaladas. A polícia acredita que o grupo tenha feito mais de 100 vítimas no território nacional.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

error: Content is protected !!
Open chat