Projeto exibe curtas de alunos da rede pública de ensino do DF no cinema

Assim que o filme começa, a plateia abarrotada de alunos do ensino médio começa a gritar. O frisson não é motivado pela aparição de galãs e beldades hollywoodianas na tela. Pelo contrário. Ali, atuando em curtas-metragens com temáticas complexas estão adolescentes que dividem a rotina escolar com o público. Colegas de sala que venceram a vergonha para dar voz a realidades comuns aos jovens em vulnerabilidade social.

‌A exibição dos filmes faz parte da sexta edição do projeto Vamos ao Cinema. A iniciativa oferece oficinas básicas de produção audiovisual para estudantes da rede pública de ensino do Distrito Federal. Ao final do curso, os alunos produzem filmes de curtíssima metragem que são avaliados por júri técnico e popular.

Os vencedores ganham curso da Brainstorm Academy, uma das maiores escolas online de audiovisual do país.

Nesta sexta-feira (21), o projeto patrocinado pelo Governo do Distrito Federal (GDF) levou cerca de 120 estudantes para assistir a seis curtas criados por eles mesmos. Munidos de pipoca e refrigerante, os adolescentes atendidos pelo Centro Educacional (CED) 310 de Santa Maria, pelo Centro de Convivência (Cecon) da Estrutural e pelo Centro Educacional 15 de Ceilândia encheram uma das salas do Espaço Itaú de Cinema, no CasaPark.‌

O primeiro título exibido, Amor Imprudente, tratou de receios e dúvidas vividas por uma adolescente ao se ver grávida do namorado. Roteirista do curta, a estudante Gabriely dos Santos, 16 anos, ressaltou a importância da temática: “É uma situação comum, que já foi vivida inclusive na nossa escola”.

“É importante mostrar que as meninas não precisam ter medo, que elas podem encontrar apoio nas amigas”, afirmou a aluna do CED 15.‌

Já o campeão da edição 2023 do Vamos ao Cinema refletiu sobre a segurança nas escolas. O curta Retrato de uma Obsessão conta a história de uma aluna que descobre, dentro de um banheiro desativado de sua própria escola, a existência de um altar construído em sua homenagem.

A diretora da obra, Hemily Lobo, 17 anos, aponta que a ideia surgiu em meio aos recentes ataques ocorridos em escolas de todo o Brasil. ‌

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