A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por meio da 9ª Delegacia de Polícia, deflagrou, na manhã de hoje (25), a Operação 3 Minute Rule para desarticular uma sofisticada organização criminosa que atuava há pelo menos cinco anos na prática de golpes eletrônicos de falsos sites de leilão de carros. De acordo com as investigações, o grupo criminoso operava de forma meticulosa, ao clonar websites reais de empresas de leilão de veículos e criar cópias idênticas com apenas uma diferença: a extensão do endereço eletrônico.
Os sites clonados, com a terminação .net, eram impulsionados em mecanismos de pesquisa como o Google, induzindo as vítimas a acreditarem que se tratava da empresa original. Ao entrar no site falso, as vítimas eram direcionadas para um falso atendimento via WhatsApp, onde os criminosos, se passando por representantes da empresa real, as induziam a realizar depósitos para lances em veículos inexistentes. Para aumentar a credibilidade, falsas notas de arrematação eram enviadas, e as vítimas só percebiam o golpe mês depois, quando o carro nunca era entregue. Localizado em Santo André, o local era um ponto de trabalho formal, com criminosos atuando das 8h às 18h, para aplicar golpes em todo o Brasil.
A operação revelou a magnitude do esquema: 540 websites maliciosos, os quais foram mapeados e derrubados pela PCD; centenas de vítimas espalhadas por todo o país; dez ocorrências registradas somente na 9ª DP, com prejuízos estimados em R$ 470 mil às vítimas; descoberta de um complexo esquema de lavagem de dinheiro, com mais de dez instituições financeiras diferentes que foram utilizadas no esquema criminoso para receber os valores dos golpes; transferências para dificultar o rastreamento do dinheiro; abertura de contas em comunidades do Rio de Janeiro para desviar a investigação do Estado de São Paulo, área de atuação da associação criminosa.
De acordo com o delegado da 9ª DP, Eric Sallum, a operação desta manhã resultou na derrubada de todos os 540 websites maliciosos alvo da investigação e no bloqueio das contas bancárias dos investigados para recuperar os valores das vítimas e evitar novos golpes; apreensão de veículos e bens de valores, dentre eles um jet-ski, para ressarcir os danos; indiciamento dos criminosos, desde os que exerciam funções consideradas mais simples, até os mentores intelectuais do esquema. Os investigados irão responder aos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e dezenas de fraudes eletrônicas. As penas somadas podem alcançar mais de 30 anos de prisão.