Nesta quarta-feira (9/4), a Delegacia de Repressão aos Crimes Contra os Animais (DRCA) da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou a Operação OZ, com o objetivo de investigar denúncias de maus-tratos a animais ocorridos em um local denominado Casa Dorothy, situado na região do Tororó.
A investigação teve início após relatos de que o local, apresentado como um abrigo ou lar temporário pago, cobrava em média R$ 400 por animal para supostos cuidados e estadia. Após o pagamento, os responsáveis pelo local deixavam de fornecer informações aos tutores, não enviavam fotos dos animais, ocultavam a localização da propriedade e proibiam visitas.
O material probatório encaminhado à DRCA incluía imagens e vídeos que revelavam cães vivendo em condições precárias, sem acesso a água e comida, confinados em ambientes sujos com fezes e urina.
Na tarde de quarta-feira, policiais da DRCA foram até a propriedade rural indicada nas denúncias e encontraram um cenário alarmante. O local, aparentemente desabitado, possuía três construções. Antes mesmo da chegada da polícia, cerca de dez cães foram vistos soltos, escapando por buracos na cerca.
Na primeira construção menor, diversos cães estavam presos em um ambiente tomado por fezes, sem qualquer vestígio de água ou alimento. Em outra pequena casa, escondida atrás de um bambuzal, mais animais estavam confinados, visivelmente debilitados, em um espaço insalubre, fétido e sem ventilação, com muitos deles doentes e feridos. Ao perceberem a chegada da equipe policial, vários cães, em estado de desespero, tentaram fugir, forçando-se contra as grades das janelas.
A situação mais grave foi encontrada na casa principal. Um forte odor indicava o acúmulo de fezes e urina nos cômodos. Os animais estavam confinados em espaços minúsculos, sem ventilação, famintos, doentes e com a pelagem suja. Os policiais compraram ração no local e alimentaram os cães, que demonstraram grande avidez ao consumir o alimento.
A PCDF tentou prender em flagrante o proprietário do local, mas ele não foi encontrado em sua residência ou nos endereços fornecidos por testemunhas. Após monitoramento no próprio abrigo, um homem ligado à administração do local foi preso em flagrante pelo crime de maus-tratos. O responsável pela Casa Dorothy será indiciado por maus-tratos contra os 58 cães resgatados, com pena prevista de dois a cinco anos de reclusão por cada crime