A Polícia Federal e a Polícia Civil do DF, por intermédio da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), que integra o Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (DECOR), deflagraram, nesta terça-feira (27/05), a operação “Não Seja um Laranja” no DF e GO para desarticular esquemas criminosos voltados à prática de fraudes bancárias eletrônicas. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em operação regional. A Polícia Federal cumpre mandados de busca e apreensão em Goiás e a Polícia Civil do DF cumpre mandados de busca e apreensão no Distrito Federal. Em um dos casos, que ensejou a expedição de mandados de busca e apreensão, foi praticada uma fraude digital com desvio de R$ 206 milhões de uma instituição bancária. Apurou-se que parte do valor foi transferido, em várias transações, para a conta de laranjas (conteiros) logo após o crime, perfazendo um valor de R$ 1.110.960,83. A operação faz parte da Força-Tarefa Tentáculos que tem como um dos principais pilares a cooperação com as instituições bancárias e financeiras no combate às fraudes bancárias eletrônicas. Essa é a primeira ação resultante da assinatura do Acordo de Cooperação Técnica entre a Polícia Federal e a Polícia Civil do DF, assinado em 2024, com o objetivo de promover o compartilhamento de tecnologias para o aumento da eficiência no enfrentamento de crimes cibernéticos. Nos últimos anos, as forças policiais detectaram um aumento expressivo e considerável da participação consciente de pessoas físicas em esquemas criminosos. Tais pessoas cedem suas contas bancárias, mediante pagamento ilícito (corretagem), no intuito de dificultar o rastro ilícito do dinheiro, pulverizando-o, em seguida, em diversas contas para dificultar a investigação e camuflar as atividades das organizações criminosas. Este “lucro fácil”, com a mercantilização de abertura de contas para receber transações fraudulentas, possibilita a ocorrência de fraudes bancárias eletrônicas que vitimam inúmeros cidadãos. Tais pessoas são conhecidas popularmente como “laranjas” ou “conteiros”. Os delitos a serem apurados na Operação ‘Não Seja um Laranja DF e GO” são os de associação criminosa, furto qualificado mediante fraude, uso de documento falso, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica, cujas penas, somadas, podem ultrapassar a 20 anos de reclusão
A Polícia Federal e a Polícia Civil do DF alertam: Emprestar contas bancárias para receber créditos fraudulentos é crime, além de provocar um dano considerável aos cidadãos, quer pelo potencial ofensivo deste tipo de conduta delitiva, que tem sido um dos principais vetores de financiamento de organizações criminosas, como também pelos prejuízos financeiros a milhares de brasileiros.