PCDF deflagra segunda fase da Operação Finório
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por meio da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (CORPATRI), com apoio da Polícia Civil do Estado de São Paulo (PCSP), deflagrou, nesta quinta-feira (18), a segunda fase da Operação Finório, dando continuidade às investigações que apuram a atuação de uma sofisticada associação criminosa interestadual especializada na aplicação de golpes contra pessoas idosas.
Na nova etapa da operação, foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão em residências vinculadas aos chamados “conteiros” da organização criminosa — indivíduos responsáveis pelo recebimento e movimentação dos valores ilícitos obtidos pelos executores diretos dos crimes, mediante pagamento de comissão proporcional aos montantes desviados.
Os mandados foram cumpridos nos municípios de São Paulo (capital), Santos/SP, Praia Grande/SP, Suzano/SP e Mogi das Cruzes/SP.
Durante as buscas, foram apreendidos dezenas de cartões de crédito — utilizados na prática criminosa conhecida como golpe da troca do cartão — documentos de identidade pertencentes a terceiros, além de outros elementos de interesse para a investigação.
A Operação Finório teve sua primeira fase deflagrada após investigação da Corpatri, que revelou um esquema altamente organizado, com atuação itinerante em diversas capitais brasileiras. O grupo, oriundo de São Paulo, deslocava-se semanalmente para aplicar golpes, direcionados, principalmente, contra pessoas idosas, explorando sua vulnerabilidade.
De acordo com as apurações, a quadrilha movimentava valores expressivos, com estimativa de até R$ 7 milhões por ano. Cada período de atuação em uma cidade rendia, em média, R$ 150 mil, alcançando aproximadamente R$ 600 mil mensais. Somente no Distrito Federal, onde o grupo atuou em três períodos distintos ao longo de 2025, foram registradas 19 ocorrências policiais, resultando em prejuízo aproximado de R$ 500 mil às vítimas.
O modus operandi consistia na abordagem das vítimas em caixas eletrônicos localizados em shoppings centers e supermercados, sob o falso pretexto de auxílio em operações bancárias, como supostas atualizações de chip ou pendências no sistema. Durante essa falsa assistência, os criminosos substituíam os cartões bancários das vítimas, captavam senhas e dados pessoais e, posteriormente, realizavam compras de alto valor ou pagamentos de boletos, direcionando os recursos para contas de terceiros — os “conteiros”.
A deflagração da segunda fase da Operação Finório representa um avanço significativo na desarticulação da cadeia financeira da associação criminosa, atingindo não apenas os executores diretos, mas também aqueles que davam sustentação ao esquema por meio do recebimento e ocultação dos valores ilícitos.
A Polícia Civil reforça o alerta à população, especialmente às pessoas idosas, para que não aceitem ajuda de desconhecidos em caixas eletrônicos e procurem sempre funcionários identificados das instituições bancárias ou dos estabelecimentos comerciais.
