Aviso publicado no Centro Médico da PM informa sobre restrição, que vale para atendimento eletivo na rede credenciada. Emergência é mantida.
Os policiais militares brasilienses têm encontrado dificuldades para marcar consultas no Centro Médico da Polícia Militar do Distrito Federal, no Setor Policial Sul, e em hospitais conveniados. Os relatos à reportagem do Metrópoles são de que eles não conseguem agendar atendimentos – sejam on-line ou presencial.
“A saúde da PM acabou, meu amigo”, teria dito um dos responsáveis pelo atendimento à corporação a um colega de farda, que tentava marcar check-up com exames cardíacos.
Os problemas se intensificaram no início deste mês, quando um cartaz limitando atendimentos no Centro Médico da PM foi colado na parede do hospital. “Só serão atendidos 20 pacientes por dia”, enfatiza o informe.
De acordo com o “Cronograma de Atendimento de Autorização de Procedimento de Clínica e Laboratórios”, somente esse número de pessoas pode fazer procedimentos eletivos, como os de prevenção e cuidados com a saúde, diariamente entre 1º e 5 de fevereiro. Isso, apenas no horário da tarde, a partir das 14h, pois não há médicos para o período da manhã.
“Chegou ao desumano”
O cartaz causou revolta na categoria. A PMDF tem 69 mil associados, entre policiais militares na ativa, da reserva e familiares.
Assim, os 20 PMs e familiares que podem ser atendidos por dia pelo serviço médico correspondem a 0,02% do total de conveniados. Um número considerado desumano pelo presidente da Associação Caserna, Carlos Victor Fernandes Vitório, conhecido como Vitório. A entidade representa cerca de 200 policiais militares.
“Há algum tempo, existe uma limitação quantitativa e qualitativa no atendimento médico dos policias militares por parte da PMDF. Agora chegou ao desumano, pois foi restrito a 20 atendimentos por dia. Ou seja, nem em um ano, atendendo ininterruptamente, haveria a possibilidade de cuidar de todos os mais de 9 mil integrantes na ativa da PMDF. Imagina, então, seus familiares”, protestou Vitório.
Ele ressaltou que todos os militares pagam pelo serviço médico. “Isso tudo custa vidas, gera tristezas com as perdas e as descobertas tardias [de enfermidades] reflete domesticamente, mais ainda à sociedade, a qual depende da plena capacidade dos heróis de farda no combate à criminalidade”, afirmou.
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Por meio de nota, a Polícia Militar confirmou a restrição de atendimentos. “O aviso refere-se à concessão de guias para o atendimento eletivo na rede credenciada, que possa vir a se tornar uma urgência, uma vez que o atendimento emergencial encontra-se normal, sendo realizado em 6 hospitais especializados e 1 um hospital geral”, diz o documento enviado à reportagem.
Segundo a corporação, a restrição ao atendimento ambulatorial eletivo ocorre em função da pandemia da Covid-19, “conforme orientação do Ministério da Saúde, da Agência Nacional de Saúde e do Conselho Federal de Medicina“. A PMDF informou ainda que não existe restrição nos casos oncológicos, de hemodiálise, cardiológicos, psiquiátricos, de home care e de saúde mental.
Com 69 mil associados, PMDF limita atendimento em hospital a 20 pessoas por dia.