Quase um ano após ser criado pelo Banco Central, o mecanismo especial de devolução do Pix —que tem como objetivo reaver valores desviados por fraude ou golpe— só recupera 5% dos recursos. Para aumentar sua eficiência, mudanças estão sendo estudadas no sistema.
No golpe do Pix, os infratores pulverizam o dinheiro das vítimas rapidamente em diferentes contas, dificultando o bloqueio e a recuperação dos recursos. O BC pretende criar medidas para aperfeiçoar o rastreio das operações e, assim, coibir fraudes e uso de contas laranjas –abertas por criminosos em nome de outras pessoas.
O sistema permite hoje que o banco estorne valores para a conta do pagador em casos de fraude ou falha operacional. O retorno de recursos pode ser solicitado tanto pelas instituições envolvidas quanto pela pessoa que fez o Pix. Em caso de golpe, é preciso registrar um boletim de ocorrência.
Dada a complexidade do novo modelo operacional da ferramenta, a mudança requer tempo. Após a publicação das documentações técnicas, o grupo estima oito meses para seu desenvolvimento, dois meses para homologação em ambiente controlado com simulações reais e mais dois meses de operação controlada.
A proposta será incorporada à agenda de trabalho prioritária do BC, que prevê a elaboração de um plano de ação.
Enquanto a nova versão não sai, o BC se dedica ao aperfeiçoamento do mecanismo já em operação em uma tentativa de melhorar o fluxo de comunicação das instituições com os clientes, trazendo mais celeridade ao processo de devolução de recursos.