Entre janeiro e julho, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou 12.906 focos de queimadas na Amazônia, um aumento de 14% na comparação com o mesmo período de 2021. Apenas em julho, foram mapeados 5.373 focos de calor na região. No Cerrado brasileiro, os números também são preocupantes. Foram detectados 17.582 queimadas nos primeiros sete meses do ano, um aumento de 6% em comparação ao recorte do ano passado, e 24% acima da média dos últimos 10 anos.
Em relação à área devastada, o instituto ainda não consolidou os números do mês passado. Mas, em junho, as queimadas atingiram 11.701km² de cerrado, um aumento de 16% na comparação com junho do ano passado. No semestre, o bioma perdeu 21.346km² de cobertura vegetal. Na Amazônia, a destruição atingiu quase 4 mil km² no primeiro semestre, o maior acumulado desde 2016.
Este período do ano marca o início do verão amazônico e da estação seca no Cerrado, com menos chuvas e umidade mais baixa, combinação propícia para a propagação de incêndios. Essas condições climáticas tendem a se estender até fim de outubro.
Para entidades que atuam na proteção do meio ambiente, as ações públicas estão aquém do que seria necessário para combater o desmatamento. Segundo Edegar de Oliveira, diretor de conservação e restauração da WWF Brasil, o alto número de queimadas é consequência da “falta de ações concretas de controle” tanto na Amazônia quanto nos outros biomas.
Já o Greenpeace Brasil, em sobrevoos pela região, constatou, além de muitos focos de incêndio, o início de queimadas em grandes áreas contínuas. Rômulo Batista, porta-voz da entidade, destacou que 90% das áreas desmatadas são para expansão da agricultura e da pecuária.