O Distrito Federal lidera o ranking nacional de cidades com maior distância média de viagem de ônibus e metrô, em um trecho, aponta pesquisa. Esse e outros fatores — como o elevado tempo de espera para embarque — atrapalham a qualidade do sono da população
A Secretaria de Transporte e Mobilidade registra que 721 mil cartões de Vale Transporte e cartão Mobilidade são utilizados no Distrito Federal e o sistema de leitura de cartões contabiliza cerca de 1,3 milhão de acessos diariamente. Mas, sem oferecer conforto durante as viagens e agilidade nos trajetos diários, o transporte público é fator de influência na quantidade de horas dormidas pela população que depende do sistema de mobilidade urbana coletiva. Não é raro ver passageiros aproveitando a corrida para tirar um cochilo, mas especialistas alertam para a falta de qualidade nesse sono que se tenta recuperar.
“Tem dias que eu chego na rodoviária e o cobrador precisa me acordar”, revela Ângela Maria, 46, ao se referir ao percurso que faz todos os dias em direção ao seu local de trabalho. A diarista, que acorda às 5h para conseguir chegar ao trabalho às 7h20, necessita de duas conduções diárias para realizar o trajeto, com uma primeira parada na Rodoviária do Plano Piloto, onde embarca em outro veículo. A fadiga de trabalhar uma média de oito a nove horas e ainda percorrer mais de uma hora no ônibus é sentida por Ângela durante toda a semana. “Eu só durmo direito no sábado e no domingo. Durante a semana, não dá”, ela destaca.