Polícia investiga relação entre incêndio a ônibus e morte de adolescente

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) estreita as investigações para entender a relação entre um ônibus incendiado no Trecho 3 do Sol Nascente e a morte de um adolescente de 14 anos, que teria falecido ao engolir uma grande quantidade de drogas durante uma abordagem da PM. Até a última atualização, ninguém havia sido preso.

Em uma rua do Trecho 3, as marcas do incêndio criminoso. Câmeras de segurança de um estabelecimento da avenida registraram parte da ação do bando de ao menos 15 pessoas. Na noite de sábado (30/3), por volta das 21h40, o motorista manobrava na rua para dar a volta, próximo a um mercado, quando o grupo abordou o coletivo. Três dos envolvidos se posicionaram em frente ao ônibus e ordenaram que o motorista e o cobrador descessem.

A porta da frente foi aberta e um deles, com blusa cobrindo o rosto, disse que iria atear fogo. Os criminosos usaram ao menos três galões de 5 litros de gasolina, que foram despejados na frente, no meio e ao fundo do ônibus. Depois, atearam fogo. As chamas consumiram todo o coletivo. “Estamos fazendo diligências nas imediações de onde ocorreu a prisão caso haja determinação de instauração de inquérito”, afirmou. Ao longo do domingo (31/3), os investigadores fizeram inúmeras diligências na tentativa de localizar os responsáveis.

Vingança

Em depoimento, o motorista do ônibus contou à polícia que os envolvidos justificaram o ato como forma de protesto à morte de “Mateusinho”. Mateus Henrique da Silva Figueiredo, 14 anos, morreu na quinta-feira. Por volta das 18h do mesmo dia, o adolescente foi abordado por agentes da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) na QNP 19 ao sair de uma boca de fumo. De acordo com a corporação, para evitar a prisão, o menor engoliu as porções de drogas que estavam na mão.

Com ele, os militares encontraram R$ 1 mil e, no lote que ele estava, em situação de abandono, foram localizadas três balanças de precisão e mais 25 porções de cocaína. Mateus chegou a ser encaminhado para a Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA 2) e, na unidade policial, começou a passar mal. A PM conduziu o adolescente ao Hospital Regional de Ceilândia (HRC), mas ele sofreu uma parada cardíaca e faleceu. Aos 14 anos, o menor acumulava sete passagens criminais, sendo quatro delas somente entre janeiro e março deste ano.

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