Uma operação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), deflagrada nesta terça-feira (8/10), desmantelou uma sofisticada organização criminosa especializada em fraudes bancárias e lavagem de dinheiro. Com base em Brazlândia, a quadrilha movimentou mais de R$ 54 milhões em operações suspeitas nos últimos cinco anos.
A investigação, que durou um ano e meio, revelou um esquema complexo que envolvia gerentes bancários, “corretores”, “fraudadores” e “intimidadores”. A quadrilha concedia empréstimos fraudulentos com juros abaixo do mercado, utilizando documentos falsos e coagindo as vítimas a participar do esquema.
Os “corretores” recrutavam “clientes”, prometendo empréstimos com condições vantajosas. Em seguida, os “fraudadores” criavam documentos falsos, como notas fiscais e holerites, para aumentar a capacidade de crédito dos “clientes”. Para garantir a adesão das vítimas ao esquema, os “intimidadores” utilizavam ameaças e ligações com o crime organizado. O dinheiro obtido com as fraudes era utilizado para adquirir bens, empresas e era movimentado em contas bancárias de forma a dificultar o rastreamento.
A investigação revelou que a maioria das movimentações financeiras estava ligada a servidores da Fundação Educacional do Distrito Federal (FUNED). A líder da quadrilha, uma servidora da FUNED, alterava os contracheques dos servidores para aumentar suas margens de crédito e iludir os bancos.
Com a deflagração da operação, foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão em diversas cidades do Distrito Federal e Goiás. Os envolvidos podem responder por organização criminosa, lavagem de dinheiro, crimes contra o sistema financeiro e contra a administração pública.
As fraudes causaram um prejuízo milionário aos bancos envolvidos e aos cofres públicos. A Polícia Civil estima que a quadrilha movimentou mais de R$ 54 milhões em operações suspeitas nos últimos cinco anos.