Suspeita de feminicídio
Ainda não há causas claras para o que ocorreu no apartamento durante a madrugada desta quinta. As suspeitas são de que Fabrício David Jorge, cirurgião dentista lotado no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), tenha esfaqueado a mulher e cometido suicídio logo depois, com dois cortes, um deles no pescoço.
Vizinhos que moram próximo ao apartamento detalharam ao Metrópoles que ouviram gritos. De acordo com testemunhas, o casal era discreto, não tinha filhos nem histórico de brigas. Os dois residiam no local havia cerca de um ano.
“Eram gritos de desespero, gritos de morte. Ouvi e saí no corredor. Quando cheguei perto do apartamento deles, o barulho parou”, disse uma moradora à reportagem.
A vizinha, que pediu para não ter a identidade revelada, conta que a porta estava entreaberta, mas que não viu sangue ou algo que pudesse indicar um crime.
“Como era de madrugada, e acordei atordoada com o barulho, cheguei até a pensar se só eu estava ouvindo aquilo. Era desesperador, mas ninguém saiu no corredor, ninguém apareceu para ajudar. Como os gritos pararam, fiquei na dúvida do que realmente poderia ter acontecido”, relembra.
Funcionários do condomínio afirmaram que o casal era tranquilo e que o cirurgião sempre foi simpático e tratava todos com muita educação. “É algo que não esperamos. Fiquei surpreso ao saber que isso aconteceu aqui. Jamais poderia imaginar, pareciam pessoas tranquilas”, disse um trabalhador, que pediu para não ser identificado.
Ainda durante a madrugada, o homem teria enviado uma mensagem para um amigo dizendo que havia matado a mulher. O material será periciado.
Os militares que atenderam a ocorrência encontraram a vítima ensanguentada, sentada, no chão da cozinha. O homem estava deitado, também bastante sujo de sangue, com a faca na mão. Próximo a ele, outra faca, também suja.
A cena é descrita pelos policiais como “cenário de terror”. Havia sangue espalhado por todo o apartamento, inclusive na cama do casal.
Pouco antes das 15h, os corpos já tinham sido retirados do apartamento. Ambos serão periciados por uma equipe da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF