Produção do Na Praia Edição Hotel expulsa equipe do Metrópoles

Organizadores ficaram insatisfeitos com reportagem mostrando dezenas de brasilienses em lanchas e sem máscaras assistindo aos shows

A produção do Na Praia 2020expulsou a equipe do Metrópoles que acompanhava o evento, após ter ficado insatisfeita com reportagem que mostrava como muitos brasilienses tinham decidido assistir aos shows da chamada Edição Hotel, no Royal Tulip, aglomerados em lanchas e sem máscaras.

De acordo com a assessoria, não era de responsabilidade da organização do evento a aglomeração formada no Lago Paranoá.

O Na Praia ganhou notoriedade em Brasília e no Brasil por reunir artistas famosos. Mas, em razão da pandemia, a produtora R2 precisou rever os planos e adaptar-se às medidas de distanciamento social. Para assistir ao festival de dentro do hotel, os interessados precisavam desembolsar entre R$ 2,5 mil e R$ 3,5 mil.

Mais cedo, o Metrópoles publicou uma reportagem sobre como muitos brasilienses abandonaram o distanciamento social e acompanharam o evento em lanchas – praticamente todos, sem máscaras.

Por volta das 15h, quando teve início a programação, cerca de 40 embarcações disputavam espaço em área próxima ao palco, montado perto da piscina do hotel, que foi transformada em uma espécie de ilha.

Assim que a reportagem foi publicada, a assessora da produção do evento, Camila Fernandes, entrou em contato com o Metrópoles, admitiu o episódio e pediu desculpas. Segundo a assessora, a decisão de pedir que a reportagem se retirasse do evento foi dela.

Nessa sexta-feira, o MPDFT pediu na Justiça o cancelamento do show de Jorge & Mateus do Na Praia. Para o órgão, o evento viola medidas cautelares de controle da pandemia do novo coronavírus.

Na ação, os integrantes do MPDFT defenderam que “a realização de evento anunciado, na modalidade ao vivo e presencial, com ampla divulgação nas redes sociais, instando a população a adquirir ingressos em embarcações, excepciona o estado de calamidade, agrava indelevelmente o risco de expansão da pandemia no Distrito Federal e vai de encontro a todas as cautelas que se tem buscado atender por uma política pública instituída em período desafio pela saúde e pela vida”.

A Vara de Meio Ambiente, por sua vez, entendeu que o evento é licenciado pelo Poder Público e que esse tipo de autorização é de prerrogativa do Executivo. Por isso, a justiça negou o pedido do MPDFT na mesma data.

No espaço, 125 suítes tinham vista para a estrutura. O show também foi transmitido on-line em formato de live. Os preços dos ingressos chegaram a R$ 3,5 mil.

De acordo com a assessoria, os convidados foram proibidos de transitar pelo espaço, seja a pé, seja em embarcações. Porém uma influenciadora digital, convidada pela produção, publicou Stories no Instagram passeando em uma lancha, além de mostrar o kit oferecido pelos organizadores.

Segurança

Para que o evento transcorresse com segurança, a organização adotou medidas de prevenção. O check-in foi feito on-line e a entrega do cartão para acesso ao Royal Tulip se deu por meio de drive thru, sem que ninguém pudesse sair dos carros. Todos os hóspedes tiveram temperatura corporal aferida

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

error: Content is protected !!
Open chat